O diagnóstico precoce de doenças pode salvar muitas vidas. Afinal de contas, quanto antes descobrimos que algo não vai bem com o nosso corpo, mais cedo conseguimos fazer o tratamento e obtermos a cura. Por isso, acompanhe neste artigo quais são os exames laboratoriais de rotina que são indispensáveis às pessoas idosas.
É certo que muitas pessoas não se sentem confortáveis nos exames. Apesar de a maioria ser indolor, muitos não gostam de agulhas nem do ambiente de uma clínica médica. Essa rejeição é muito natural, mas não pode ser maior que a necessidade de cuidar da saúde.
Portanto ao fazermos o check-up anual proposto pelos médicos podemos pelo menos saber no que podemos melhorar na nossa rotina para corrigir eventuais problemas e ter acesso a uma vida muito mais saudável.
Afinal de contas, não há nada melhor que receber os resultados dos exames, mostrar ao médico e receber a notícia de que está tudo dentro das referências para a faixa etária.
Por outro lado, se há algo que mereça ser investigado, como um nível de colesterol alto ou uma deficiência de alguma vitamina, o idoso pode prontamente começar o tratamento com medicação e terapias indicadas pelo médico.
Nesse sentido, o nosso organismo precisa ser examinado, pois muitas doenças são silenciosa mas não apresentam nenhum sintoma que chegue a incomodar. Contudo, se o mal for corrigido logo no início dificilmente trará consequências mais sérias.
Poder do hábito
E, como tudo na vida, deve sair do pensamento para virar hábito, o check-up anual também é assim. Portanto, se o idoso se acostumar a passar por uma bateria de exames preventivos em janeiro, por exemplo, ele sabe que ao se aproximar o mesmo mês no ano seguinte terá que repetir as checagens.
Esse hábito, por consequência, é muito saudável. Assim, se alguma disfunção, deficiência ou enfermidade começou a ser desenvolvida no intervalo de um ano, isso significa que a doença ainda não se instalou definitivamente no organismo e, portanto, pode ser eliminada ou ter os seus efeitos mitigados.
No envelhecimento, a resposta imune fica mais lenta. Assim como algumas doenças crônicas e degenerativas podem chegar como visitas indesejadas. Contudo é importante enfrentar a situação com as armas que a medicina nos oferece. Afinal de contas, ela evoluiu para termos uma resposta mais assertiva às infecções e doenças contínuas que são mais comuns na longevidade.
Exame clínico: o primeiro passo para o diagnóstico
Como você acabou de ler, o corpo muda no envelhecimento e, portanto, aquela máquina que funcionou perfeitamente na infância, na juventude e na vida adulta pode precisar de alguns reparos.
Sendo assim, os exames preventivos podem mostrar o que está oculto para dar início ao tratamento médico ou, melhor ainda, revelar que tudo funciona em perfeita harmonia.
Porém, o primeiro passo para chegar a esse ponto está no exame clínico feito pelo médico, que pode ser um clínico geral ou um especialista em determinada área que já acompanha o idoso de longa data.
Logo, só para complementar, o médico que cuida do idoso é o geriatra, que estudou anos para entender o impacto do passar do tempo no corpo humano.
É por meio do exame clínico que o médico obtém indícios do que pedir no check-up do paciente idoso. Portanto, se o paciente declara que fumou por muitos anos de sua vida, o médico saberá que exame incluir no check-up. Caso o paciente tenha histórico de colesterol alto, o médico também identificará os exames de sangue indispensáveis para esta situação.
Veja, portanto, como é subdividido o exame clínico e porque ele é tão importante.
Anamnese
É aquela etapa em que o médico conversa com o paciente e obtém informações importantes. Geralmente, a anamnese é composta de um questionário com a identificação do paciente, como nome, idade, sexo, profissão, entre outros elementos.
Logo depois, o profissional ouve as eventuais queixas, como uma dor frequente de cabeça ou uma constipação que teima em fazer parte da rotina do idoso.
Em seguida, o médico questiona sobre as doenças pregressas do paciente, cirurgias feitas no passado, alergias a algum tipo de substância etc. Por último, o médico pergunta sobre as atividades do paciente, como a frequência da prática de exercícios físicos e a qualidade da alimentação.
Exame físico
Durante a visita ao consultório médico, o exame físico faz parte do exame clínico a que o paciente é submetido para saber se está tudo bem com a sua saúde.
Sendo assim, o exame físico é o momento em que o médico tem contato físico com o paciente, o necessário para produzir possíveis diagnósticos. Nesta etapa, o especialista aguça seus principais sentidos de modo que possa apurar possíveis alterações no paciente.
Nesta fase também está incluída a ausculta, que é feita com aparelhos específicos, como o estetoscópio que verifica a frequência dos batimentos cardíacos.
E, só por curiosidade, você sabe a diferença entre sinal e sintoma, que é objeto das avaliações médicas? Veja agora:
- sinal: algo que pode ser visto ou sentido pelo médico, como uma mancha característica do câncer de pele;
- sintoma: é uma característica subjetiva, que apenas o paciente está sentindo e não é possível ver ou tocar, como tontura, fraqueza nos ossos ou dor.
Depois do exame clínico, portanto, o médico que está atendendo o paciente pede os exames complementares, que são os exames feitos em laboratórios e clínicas de imagem ou clínicas médicas. Muitas vezes, esses exames são feitos no próprio ambiente hospitalar.
Exames de rotina: veja relação dos mais pedidos e para que servem
Como você percebeu, os exames complementares são pedidos após a suspeita de um diagnóstico (surgida durante um exame clínico) ou como medida preventiva.
Veja, na sequência, os exames de rotina mais pedidos aos pacientes idosos e, ao final, a sequência com que eles devem ser feitos. Afinal de contas, cuidar-se é o melhor caminho para ter saúde e qualidade de vida.
Hemograma
É um exame de sangue que detecta se o paciente tem anemia; se o nível de ureia e creatinina está adequado para o funcionamento dos rins; se os glóbulos brancos estão dentro da normalidade; se os níveis de colesterol estão adequados; os graus de glicose; e até mesmo o surgimento de leucemia.
Nível sérico
Consiste no exame de dosagem de substâncias como o sódio, potássio, magnésio, fósforo e cálcio ionizado no sangue. Ele é importante porque pode identificar as taxas que estão em pouca quantidade. A falta de magnésio, por exemplo, pode causar o hipoparatireoidismo, que pode causar espasmos musculares e até convulsões.
TGO e TGP
Também é um exame de sangue. Ele consegue identificar lesões e doenças no fígado. Se estiverem elevados, além dos valores de referência, indicam disfunções como a hepatite.
Ácido úrico
É feito através de coleta de sangue e aponta enfermidades como gota, hipertensão, doenças cardiovasculares e as conhecidas pedras nos rins. O ácido úrico costuma ser eliminado na urina, porém, se ficar acumulado em altas quantidades pode causar doenças.
Urina Tipo 1 (Exame EAS)
O exame de urina tipo 1, que é tecnicamente chamado de exame EAS (Elementos Anormais do Sedimento) identifica problemas no sistema urinário e nos rins. Geralmente é feito com a primeira urina da manhã por ela ser mais concentrada.
Exame de fezes
Feito desde que somos crianças, o exame de fezes é pedido pelos médicos para identificar a possível presença de larvas, parasitas e protozoários no organismo humano.
Sorologias
A sorologia é o estudo do líquido que é separado do sangue após a sua coagulação. Sendo assim, o exame de sorologias pode indicar a presença de vírus no sangue, desde a herpes até a toxoplasmose.
Glicemia
O exame de glicemia consegue detectar o diabetes através da coleta de sangue. Existe o teste feito após 8 horas de jejum, bem como o pós-prandial, que é realizado duas horas após a refeição.
Colesterol
O exame de colesterol total e frações detecta o colesterol bom (HDL) e o colesterol ruim (LDL), ajudando assim o paciente a mudar os seus hábitos para manter os níveis controlados e, assim, evitar doenças associadas, como o diabetes.
Triglicérides
As gorduras identificadas no exame de triglicérides podem provocar doenças cardiovasculares, portanto, o exame é tão indispensável para pessoas idosas identificarem alterações e poderem preveni-las.
Proteína C-reativa
Também conhecido como PCR, o exame de proteína C-reativa é pedido em caso de suspeita de infecção. Isso porque quando o nível dessa proteína está alto é porque está ocorrendo um processo infeccioso e inflamatário no organismo.
TSH
O TSH é o hormônio estimulante da tireoide. A alteração do hormônio pode causar o hipotireoidismo, que é bastante comum entre as pessoas idosas. Ele é feito a partir de uma pequena amostra de sangue.
Homocisteína
Entre os exames que detectam problemas no sistema circulatório está a homocisteína. Essa avaliação laboratorial é feita para verificar a presença desse aminoácido no organismo, que é gerado pelo consumo exagerado de carnes e laticínios. A concentração pode causar coágulos e entupimento das artérias.
Eletrocardiograma
Outro exame muito importante que verifica a saúde do coração é o eletrocardiograma. Portanto, ele mensura a frequência cardíaca, arritmias, pericardite (inchaço e irritação da membrana que cobre o coração) e doenças coronarianas, entre outras patologias.
Teste ergométrico
O teste ergométrico ou teste de esforço é feito com o paciente numa esteira ou bicicleta ergométrica a fim de que seja avaliado o funcionamento do sistema cardíaco e capacidade respiratória do paciente em vista de um esforço físico.
Densitometria óssea
Um dos problemas mais frequentes entre pessoas idosas é a osteopenia e a osteoporose, que podem causar fraturas espontâneas devido à fragilidade dos músculos e dos ossos. Portanto, a densitometria consiste no exame de imagem que avalia a densidade da massa óssea e, em caso de resultado positivo, permite o início do tratamento.
Exames oftalmológicos
A catarata e o glaucoma têm maior incidência na população idosa. Por isso, visitar o médico oftalmologista pelo menos uma vez por ano ajuda a detectar doenças precocemente e, assim, evitar o avanço das enfermidades. Dessa forma, pode-se eliminar a necessidade de cirurgias.
Consultas odontológicas
Quando se fala em exames de rotina que são importantes para os idosos, não podemos esquecer das visitas semestrais ao consultório odontológico. Afinal, o exame segue a mesma lógica dos anteriores: quanto antes identificar uma pequena cárie, por exemplo, mais antecipadamente evitam-se intervenções mais complexas, como um canal.
Em suma, esses exames apresentados são os mais comumente pedidos pelos médicos aos seus pacientes idosos.
Mas de quanto em quanto tempo eles devem ser realizados? Como prometemos no início desse item, os intervalos mais comumente pedidos pelos médicos variam conforme a condição clínica do paciente. Tome nota:
- pessoas saudáveis: se estiver tudo bem, sem nenhum sinal ou sintoma, os exames de rotina podem ser feitos a cada dois anos;
- doentes crônicos: pessoas com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes ou câncer, podem repetir os exames básicos solicitados pelo médico numa frequência de seis em seis meses;
- grupos de risco: idosos saudáveis, mas com algum fator de risco, como obesidade, tabagismo ou colesterol alto precisam repetir os exames de rotina uma vez por ano.
Check-ups: abordagens que ajudam a prevenir o câncer
O câncer ou o tumor maligno é o resultado da divisão incontrolável de células anormais dentro do organismo, destruindo o tecido do órgão afetado.
Embora ela possa acometer pessoas de qualquer idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tumor maligno pode ocorrer entre 1 a 4 homens ou ainda entre 1 a cada 3 mulheres. Por isso, a detecção precoce é tão importante no tratamento e na cura.
Veja, portanto, os exames que detectam o câncer precocemente e que podem ser pedidos pelos médicos no check-up periódico.
PSA
É como é conhecido o Antígeno Prostático Específico, que mede a quantidade de uma substância normalmente associada a alterações na próstata. Ele deve ser feito a partir dos 40 anos. Mas pode ser repetido todos os anos após os 50 anos de idade.
Papanicolau
Ele também é chamado de citologia oncótica ou exame preventivo, sendo necessário para identificar precocemente o câncer de colo de útero. Nas mulheres em fase reprodutiva, deve ser realizado pelo menos uma vez por ano. Contudo, é interessante mantê-lo após os 60 anos porque a vida reprodutiva pode ter acabado com a chegada da menopausa, mas é importante continuar monitorando a saúde do aparelho reprodutivo feminino.
Mamografia
Indicada a partir dos 40 anos, a mamografia detecta o câncer de mama e deve ser realizada uma vez por ano. Mulheres acima dos 60 anos também precisam continuar fazendo o exame para rastrear o eventual surgimento de nódulos e tumores nas mamas.
Check-up para fumantes
Como o tabagismo é um fator de risco para o câncer, especialmente nos pulmões, alguns exames de rotina são indicados para idosos que fumam ou fumaram por muitos anos.
Entre eles estão o exame ergométrico (como você viu acima na relação de exames de rotina) para avaliar a capacidade cardíaca e respiratória. Também é adotada a radiografia de tórax, bem como os marcadores tumorais que identificam os níveis de CEA e CA 19-9 no sangue.
Colonoscopia
A colonoscopia é um exame de imagem que é usado para identificar lesões e câncer colorretal em estágio inicial. Realizado no intestino grosso, esse exame também pode ser usado na investigação das causas de dores abdominais, sangramento nas fezes e diarreias.
Homens x mulheres: eles vão menos ao médico
Como você leu anteriormente, a incidência de câncer é preocupante entre os homens, como o câncer de próstata e o de pulmão (este último comumente associado ao tabagismo).
Mas apesar disso, os homens procuram menos os consultórios médicos do que em relação às mulheres. Por consequência, tendem a realizar menos exames de rotina e identificar precocemente algumas enfermidades.
A Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no ano de 2015, apontou os seguintes dados:
- 78% das mulheres foram ao médico nos 12 meses anteriores à pesquisa;
- 63,9% dos homens fizeram consultas no mesmo período.
Mas, ao mesmo tempo, o índice de expectativa de vida é menor no público masculino. Veja os dados de 2017 da pesquisa chamada Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil, que também é do IBGE:
- 79,4 anos para mulheres.
- 72,5 anos para homens.
Nesse sentido, as doenças de próstata (que não se resumem apenas ao câncer) seguem com alta incidência entre os homens a partir de 45 anos de idade, atingindo pelo menos 70% desse público, sendo mais comum com o avanço da idade.
Diagnóstico precoce: a busca por terapias mais simples
Basicamente, os exames de rotina são complementares à investigação de alguma doença ou são feitos para identificar precocemente uma alteração num indivíduo aparentemente saudável. Isso faz com que o tratamento utilize terapias mais simples e com tempo de resposta mais rápido.
Portanto, ao invés de se esperar o agravamento dos sinais e sintomas, para só então iniciar o tratamento, busca-se, rapidamente, cortar o mal pela raiz logo de início.
Segundo a comunidade médica isso traz benefícios para o paciente, para os familiares e para o sistema de saúde.
Afinal de contas, o paciente pode fazer tratamentos menos invasivos e se recuperar mais rapidamente, enquanto que a família sofre menos a pressão de ter uma pessoa próxima e querida vivenciando a rotina de um tratamento médico, ao passo que o sistema de saúde pode usar a estrutura para casos mais graves.
Medo: pacientes devem buscar alento com especialistas
Quando o medo de doença é muito patente, os médicos costumam classificar esses indivíduos como portadores do transtorno de ansiedade de doença.
Antigamente, eles eram chamados de hipocondríacos, que consumiam remédios desmedidamente ou tinham um receio muito grande de contrair uma doença rara e de tratamento desconhecido.
Mas como o termo passou a ser usado de forma muito pejorativa, os médicos começaram a encarar o problema como um transtorno que pode ser controlado com terapias, seja com o acompanhamento de psicólogos, psiquiatras ou terapeutas.
Nesse sentido, é muito importante que a família e o cuidador com contato mais próximo esteja atento a esse comportamento para oferecer ajuda ao idoso e, assim, controlar esse estado de sofrimento que tira o ânimo e prejudica a qualidade de vida.
Muitas vezes, a própria convivência em grupos que visam o bem-estar coletivo ou ainda o relacionamento de confiança com o médico já são suficientes para reduzir a ansiedade.
Conclusão
Para concluir, os exames laboratoriais de rotina devem ser encarados como tarefas a serem cumpridas por idosos que valorizam sua saúde e querem manter o seu bem-estar.
Sendo assim, é muito importante contar com o apoio da família na hora de receber o estímulo necessário na realização da bateria de exames, na expectativa pelos resultados e no acompanhamento da investigação dos diagnósticos.
Dessa forma, é interessante que o familiar acompanhe o idoso no exame clínico e nos exames de rotina, construindo um ambiente acolhedor e tranquilizando o parente em todos os procedimentos.
Afinal de contas, se surgirem alterações simples, o médico vai indicar o tratamento necessário, que deve ser seguido à risca. Mas se surgirem resultados mais complexos, que exijam a continuidade da investigação com exames mais específicos, o idoso precisa contar com o suporte necessário na transição entre a suspeita e a descoberta de uma eventual enfermidade.
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