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Trabalho para idosos: saiba as tendências do mercado 60+

Trabalho para idosos: saiba as tendências do mercado 60+

Quem nunca sonhou com a aposentadoria? Viajar. Passear. Jogar conversa fora com os amigos. Pena que não é bem assim. Para muitas pessoas a falta de uma rotina agitada, o tédio da ociosidade e a necessidade de complementar a renda mantêm o idoso no mercado de trabalho após a aposentadoria. Por isso o trabalho para idosos tem sido um novo desafio no mundo corporativo. 

Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, passando de 75,8 anos, em 2016, para 76 anos, em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas com mais de 60 anos estão cada vez mais dispostas a se manterem no mercado de trabalho. 

Por vezes, adiar a aposentadoria não é uma boa ideia para alguns idosos, pois eles gostariam de ter mais tempo livre para si e para a família depois de muitos anos de trabalho duro. 

Mas para pessoas ativas que se satisfazem apenas com o descanso do final de semana, permanecer em atividade no mercado 60+ é uma dádiva. É, portanto, uma oportunidade de demonstrar que continuam com a sua força produtiva e sua independência. 

O mercado brasileiro, porém, ainda está iniciando a vivência dessa nova fase. O número de idosos trabalhando ainda é muito pequeno, como você verá neste artigo. Contudo, isso pode mudar nas próximas décadas com o aumento da taxa da população idosa. 

Sendo assim, acompanhe a reflexão sobre o mercado de trabalho para pessoas que passaram dos 60 anos e querem (ou precisam) continuar em atividade. 

Filme “O Estagiário”: a combinação de gerações que o mercado precisa

Quem já assistiu ao filme “O Estagiário” pode até concordar que a combinação de diferentes gerações podem ser benéficas para a empresa. Isso porque as visões de pessoas maduras podem complementar os olhares dos mais jovens e todos saírem ganhando. 

No filme, chamado originalmente de “Um Senhor Estagiário” e lançado em 2015, a Netflix exibe a história do viúvo Ben Whittaker (interpretado por Robert de Niro). Aos 70 anos de idade, ele se candidata ao processo seletivo de estagiário sênior de um e-commerce de roupas. Ele prontamente passa na entrevista e torna-se estagiário da poderosa Jules Ostin (vivida por Anne Hathaway), que é proprietária da empresa. 

Chefiado, portanto, por uma mulher muitíssimo mais jovem, o estagiário se vê em muitas situações onde consegue demonstrar suas competências. E é justamente isso que os empresários que contratam pessoas acima dos 60 anos desejam: a visão diferenciada dos processos e as soluções trazidas pelos trabalhadores maduros. 

Diversidade etária: um novo conceito no mercado de trabalho

A diversidade se tornou uma tendência nas empresas cujos gestores têm uma visão aberta da administração contemporânea. Sendo assim, muitos empresários valorizam a troca de experiências e a convivência entre diferentes grupos com as suas respectivas bandeiras como gênero, raça, opção sexual e afetiva ou, mais recentemente, idade.

Afinal de contas, essa concepção gera um sentimento de pertencimento do trabalhador e, ao mesmo tempo, é bem recebido pelo consumidor em geral, que vê na empresa a humanização tão desejada nas marcas. 

Portanto, embora ainda sejam incipientes, os projetos de inclusão de pessoas idosas no mercado de trabalho vêm conquistando adeptos. Tanto que se tornaram mais comuns anúncios de vagas de emprego para trabalhadores seniores. 

Há, inclusive, uma plataforma inédita de recolocação de pessoas idosas no mercado de trabalho chamada MaturiJobs. No site é possível consultar oportunidades de trabalho, promover o desenvolvimento pessoal e se conectar com outros trabalhadores da mesma faixa etária.  

Taxa de ocupação: aumento quantitativo, mas não qualitativo 

De modo geral, os idosos que continuam trabalhando depois de se aposentarem ocupam cargos operacionais e, na maioria das vezes, sem carteira assinada. 

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstrou que 7,9% das pessoas ocupadas no Brasil em 2018 têm mais de 60 anos de idade. 

Embora pareça pouco, esse índice já foi muito menor no passado. De acordo com o levantamento da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), apenas 5,9% das pessoas com mais de 60 anos trabalhavam no Brasil no ano de 2012.

Entretanto, apesar dessa abertura, o respeito às leis trabalhistas ainda tem uma longa caminhada. Ainda segundo o IBGE, somente 26% dos funcionários idosos têm carteira assinada. 

Outro detalhe importante é que a mão de obra idosa é basicamente operacional. E quando estamos falando de cargos de direção, eles são basicamente ocupados por homens. 

Uma pesquisa do Instituto Ethos, feita em 2015, indicou que 68,7% dos cargos de chefia ocupados por idosos eram preenchidos por homens e apenas 31,3% por mulheres nas 500 maiores empresas do Brasil que foram objeto da pesquisa. 

Trabalho para idosos: quando o idoso ainda é chefe de família 

É claro que muitas pessoas idosas trabalham depois da aposentadoria porque estão sadios e querem continuar vivendo a experiência da produtividade.

Mas também é evidente que, em termos de Brasil, muitos idosos trabalham para sustentar a família. E esses trabalhadores, infelizmente, estão vivendo contratos e jornadas precárias na maioria das vezes. 

Uma pesquisa da LCA Consultores apontou que no ano de 2017 cerca de 5,7 milhões de lares brasileiros eram sustentados por indivíduos com mais de 60 anos que continuavam trabalhando ou tinham renda mensal através da aposentadoria. 

Aliás, a reforma da Previdência trouxe mudanças quanto à aposentadoria por idade. A partir da reforma, homens podem se aposentar com 65 anos e mulheres com 62. 

Segundo o próprio INSS, 70% dos aposentados brasileiros recebem apenas um salário mínimo. Sendo assim, muitos precisam continuar no mercado de trabalho para se manter. 

Direitos

O trabalho com carteira assinada não é proibido para o aposentado. Aliás, o Estatuto do Idoso estabelece, em seu capítulo 6, que o idoso tem o direito de trabalhar, desde que respeitadas as suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. 

Tanto é que as empresas não podem estabelecer limites máximos de idade para contratar, pois a discriminação é uma prática não permitida. Pelo contrário: nos concursos públicos os mais idosos têm preferência sobre os candidatos mais novos que alcançaram a mesma pontuação. 

Para concluir, as pessoas com mais de 60 anos estão ativas no mercado de trabalho, ao passo que as empresas estão abrindo, aos poucos, novas oportunidades de trabalho para idosos

E, então, você conhecia as nuances do mercado de trabalho 60+? Aproveite e compartilhe este artigo do blog da Cora Residencial Senior nas suas redes sociais para que mais pessoas reflitam sobre esta realidade.

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